sábado, 31 de março de 2012

Reflexões políticas diante das eleições municipais - 2012

Irmãos e Irmãs Pretendo escrever, todos os meses até as eleições municipais deste ano, uma carta para ajudar na reflexão sobre nosso dever de participar na vida política do nosso município, do nosso Estado e do nosso país. Sei, perfeitamente, que uma boa parte dos nossos cidadãos acha suspeito ou até errado o Bispo da Igreja Católica se pronunciar a respeito da política. Mas existem várias razões para a gente cumprir este dever cívico e – cristão. Primeiro: Vivemos numa democracia que só funciona, quando o povo assume seu papel de construtor da ordem social. Segundo: Nenhum líder com consciência pode fazer vistas grossas, quando o povo age sem consciência ou conhe-cimento de causa. Terceiro: O campo político é o campo onde se defende (ou agride) a dignidade humana, a liberdade de expressão (ou sua privação), a igualdade (ou de-sigualdade) diante a Lei. É o campo onde se organizam os recursos para que todos tenham chances de se desenvolver, trabalhar e ganhar. É o campo onde se definem as regras para fazer justiça e evitar as injustiças. É o campo que amplia o preceito fundamental da Fé Cristã: A caridade. “Ou vamos citar uma frase de Bertold Brecht que li, há 20 anos no gabinete de uma Prefeita na Bahia:” O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio, depende das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que de sua ignorância política nascem a prostituta, o menor abandonado e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.” Pesso-almente, acho que a colocação do meu conterrâneo é muito forte, mas ele não estava sem razões quando escreveu. Por sinal, ele viu os estragos que a ausência de consci-ência política causou: Nações destruídas, mortes, violência, fome – não apenas na Europa. Há muitas décadas a Igreja Católica adotou – na explanação das Campanhas da Fra-ternidade (desde 1964 !) – a metodologia do: VER – JULGAR – AGIR. O primeiro pas-so é o ver. É preciso ver a realidade, a relação entre causa e efeito. É preciso tomar conhecimento das condições de vida das pessoas, das leis que regem a sociedade, daquilo que se faz e deixa de fazer, das influências entre as diversas camadas da so-ciedade e dos próprios países. Informar-se sempre e da melhor forma possível é o primeiro passo. Não é um passo simples. Afinal: Onde busco minhas informações? Com quem? Quem merece ser meu informante e ‘conselheiro’? A pessoa que me in-forma é uma pessoa informada? Dá para sentir que não é tão simples. – Recebo in-formações de um grupo de militares da Direita, que observa o cenário político de um jeito. Leio também na internet um jornal da esquerda. As informações e explicações são completamente diferentes. A VEJA, ISTO É e outras revistas olham com muito mais simpatia os Tucanos (PSDB) do que o PT. Então destacam os defeitos de um partido e ocultam as manobras do outro ou levantam suspeitas sem aguardar o resul-tado do trabalho da Justiça etc. Aliás, é muito difícil encontrar um jornalismo bastante independente, bem informado que quer informar e formar as pessoas. Primeira conclusão: Temos que saber a quem (ou a quais fontes) recorrer pra nos informar bem. E não vamos nos enganar: Há sempre alguém que não quer nos dizer a verdade, mas aquilo que acha conveniente (para ele/ ela). Como é fácil ser mal informado e – enganado! E é bom recordar que, de acordo com as informações costumamos decidir... Na próxima carta (2ª )vamos continuar a nossa reflexão. Dom Francisco Merkel

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