terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Palavras de Nosso Pastor

Estamos chegando ao final de nossas reflexões sobre o Credo de nossa Igreja. Falta, porém, uma profissão fundamental de nossa fé sem qual tudo termina com esta vida aqui e agora: Creio na Ressurreição da carne e na vida eterna
S. Paulo, em sua primeira carta aos Coríntios (15, 12 ss.) vincula nossa ressur-reição à ressurreição de Jesus Cristo. E ele enfatiza dizendo: “Se Cristo não ressusci-tou, a nossa pregação é sem fundamento, e sem fundamento também é vossa fé!” “Se é só para esta vida que pusemos a nossa esperança em Cristo, somos, dentre todos os homens, os mais dignos de compaixão”. (19) E logo em seguida ele afirma: “Mas, na realidade, Cristo ressuscitou dos mortos...” (20) Este final do Símbolo Apostólico nos remete ao primeiro artigo: Creio em Deus Pai todo-poderoso. Afinal das contas, a vida eterna é participação da vida de Deus que é eterna, plena e perfeita. Como o princípio de nossa vida está ligado a Deus - Criador, assim também o final de nossa vida está ligado a Deus que é um “Deus de vivos e não de mortos”, como Jesus expressou sem hesitação perante os saduceus: “Pois todos vivem para Ele.” (Lc 20 38) É bonito crer que Deus, quando nos criou, já teve um plano para nos dar participação na vida plena dele. Ou vamos expressar com outras palavras: Quem nos criou, quer nos recriar, pois Ele fez tudo e todos para Ele. Ele não nos criou para a morte, mas para a vida. A promessa da vida eterna deve consolar e incentivar a todos que seguem Jesus Cristo. Em seu discurso de despedida, Jesus afirma aos seus discípulos: “Depois que eu tiver ido e preparado um lugar para vós, voltarei e vos levarei comigo, a fim de que, onde eu estiver, estejais vós também.” (Jo 14, 3) Muitas pessoas acham a fé na ressurreição dos falecidos difícil de imaginar. Sem dúvida alguma, faltam-nos experiências. O próprio S. Paulo capta a objeção dos seus contemporâneos, quando diz: “Mas, dirá alguém, em que forma é que os mortos vão ressuscitar? Com qual corpo voltarão?” ( 1Cor 15, 35 ss) E em seguida responde com uma comparação: “Aquilo que semeias, morre primeiro e só depois é vivificado.” (36) E logo depois completa dizendo: “Coisa semelhante acontece com a ressurreição dos mor-tos: semeado corruptível, o corpo ressuscita incorruptível... Semeia-se um corpo só com vida natural, ressuscita um corpo espiritual”. ( 1 Cor 15, 43.44) Depois desta explicação de São Paulo, a afirmação: Creio na ressurreição da ‘carne’, já não significa mais o ‘corpo corruptível’, objeto da biologia e da medicina, lugar de sofrimento e de fragilidade. É um corpo transformado como foi no caso de Jesus transfigurado e depois ressuscitado. Não é mais um corpo que precisa ser alimen-tado e descansar. Mas é todo um jeito de ser que nos distingue uns dos outros. Não en-tramos simplesmente numa fusão com Deus como uma gota de chuva se mistura com o mar. Nem nos confundiremos uns com os outros. Manteremos nossa individualidade. Certamente, morte e ressurreição fazem parte do mistério de nossa existência. Cremos, porque ‘vimos’ o que aconteceu com Jesus Cristo. Configurados a Ele pelos sacramentos, esperamos conviver com Ele para sempre. Podemos depositar toda a nossa confiança Nele que deu sua vida por nós para que tenhamos vida em plenitude!

0 comentários:

Postar um comentário