EVANGELHO: Lucas 3,10-18 – A MUDANÇA DE ATITUDES DEVE SER PESSOAL
A
voz que gritava no deserto foi ouvida. O povo sensibilizado com as pregações de
João Batista perguntava-lhe: “o que é que nós devemos fazer?”. Com essa
sensível narração Lucas quer manifestar a seus leitores que a conversão se
evidencia em mudança de comportamento. É preciso vontade de conversão. Quando
somos contestados e sensibilizados, chegamos a esta pergunta: “e agora... o que
devo fazer?” Também após a Ressurreição àqueles aos quais os apóstolos
apresentavam a figura de Cristo perguntavam: “e nós o que devemos fazer?” (At
2,37). João Batista com tino pedagógico bem concreto, deu pistas ao povo como
auxílio ao processo de mudança pessoal. Visto que cada um tem uma história
pessoal e sabe do conteúdo da própria vida, os conselhos de João Batista são
específicos: quem tem a mania de acumular bens materiais deve aprender a
partilhar (roupa, comida... cf. Lc 3, 11) desenvolvendo em si a virtude da
solidariedade; aos cobradores de impostos acostumados à práticas desonestas
deverão exercitar-se na vivência da justiça (cf. Lc 3,12-13); aos militares
(soldados) João Batista aconselha: «não maltratem ninguém; não façam acusações
falsas, e fiquem contentes com o salário de vocês.» (Lc 3,14). Os soldados,
então, eram violentos, injustos e corruptos! Esses conselhos significam que a conversão é
um compromisso pessoal de desenvolvimento humano (partilha, solidariedade,
justiça, respeito, não violência...). Converter-se a Deus significa
terminantemente recuperar a própria dignidade e senso de fraternidade. Na
última parte do texto, Lucas nos apresenta o senso de honestidade de João Batista. O povo está em crise, revela
ignorância, alguns chegavam a perguntar se ele não seria o Messias (cf. Lc
3,15). A essa indagação Batista declara sua identidade de humilde servo do
Messias (cf. Lc 3, 16). Com termos simbólicos (“ele terá na mão uma pá; vai
limpar sua eira, e recolher o trigo no seu celeiro; mas a palha ele vai queimar
no fogo que não se apaga» (Lc 3,17), João diz ao povo que sua missão específica
é sensibilizar os corações enquanto servo, mas o Messias terá autoridade para
julgar condenando ou absolvendo.
Nossa Vida:
Cada
um de nós é chamado a ser honesto consigo mesmo e naquilo que faz. O amor é o
princípio fundamental válido para todos, mas cada um deve se auto-analisar e
reconhecer em que precisa mudar. Esse processo de conversão se dá a partir dos
compromissos que cada um assumiu (vocação e profissão). Muitas vezes, é no
exercício da própria profissão que acontece a prática da violência, da fraude,
do suborno, da negligência, do autoritarismo, da injustiça etc.
COMPROMISSOS
E MENSAGENS:
1.
A vulnerabilidade
humana não tem cura, mas tem tratamento... a fé! Saber cuidar-se!
2.
A alegria cristã
não se identifica simplesmente com o humorismo: é a consciência de dinâmica
fidelidade ao mandamento do amor, de ser Bom e fazer o Bem.
3.
A conversão é um
compromisso pessoal: “e agora o que devo fazer”?
Antônio
de Assis Ribeiro (Pe. Bira)
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