Irmãos e Irmãs a
caminho
A
festa que domina o mês de dezembro, sem dúvida, é o Natal do Senhor. Festa
preparada pelo Advento e, em nossas comunidades pela Novena do Natal. Festas
devem ser bem preparadas, com carinho e concentração. Improvisar uma festa acaba
frustrando os convidados e a própria pessoa festejada. De certa maneira, todo o
Antigo Testamento foi uma longa preparação para a vinda do Salvador dos homens.
Isaias, João Batista, a própria mãe de Jesus Cristo – com quanta ansiedade
aguardavam a vinda do Messias que deveria mudar o curso da história do povo
eleito e de toda a humanidade!
Este
Messias, sendo o enviado por Deus, poderia ter resolvido os problemas do povo e
da humanidade muito mais rápido e sem maiores dificuldades. Mas Ele fez algumas
opções que nos ‘intrigam’ e provocam até hoje: De forma nada espetacular entrou
no mundo e conviveu com os homens até o fim. Participou de tudo – menos do
pecado. Um Deus que veio participar da
história dos homens. E mais ainda: Ele
convidou a participar da vida de Deus. Fazer parte, ter parte, caminhar
junto, constantemente – de forma simples e discreta. Fermento a levedar e
transformar uma massa ‘desgraçada’ num ‘pão saboroso que desceu do céu’.
A
outra opção desafiadora: A pobreza de quem nem sequer se sentia pobre demais.
Olhando bem: o pobre não tem como disfarçar a sua pobreza. Ele é o que
apresenta. Não tem roupa vistosa, habitação de luxo, dinheiro acumulado no
esconderijo de um banco, título acadêmico para ostentar sua superioridade
intelectual, status que lhe abrisse as portas da alta sociedade... Nada disso
encontramos no ‘curriculum vitae’, na biografia de Jesus de Nazaré. Ele era o
que era e – basta; transparente, direto, incrivelmente humano, aberto para
todos.
Tudo
isso sabemos. Todos nós sabemos disso desde o nosso catecismo. Mas – porque
nós, Igreja de Cristo, não seguimos este exemplo? Porque nós – homens e
mulheres batizados e crismados, nutridos pela Palavra e pela Eucaristia não
vivemos esta atitude da ‘participação’ e da ‘pobreza’ em nossas comunidades?
Porque não ‘participamos da organização social e política da sociedade, do trabalho
cansativo de humanizar a sociedade a partir do lugar onde estamos? Porque nos
preocupamos mais com decorações festivas que mais escondem do que revelam o que
importa: Justiça e paz, adoração e entrega? Jesus disse claramente que Ele é O
Caminho. Porque preferimos aplaudir a seguir pelo caminho que Ele mostrou?
Quem
não fica chocado com o acontecimento do Natal, quem não fica (sempre de novo)
pensativo, não captou ainda a mensagem da opção revolucionário do próprio Deus.
Desejo, de coração a todos os Irmãos e às Irmãs (a caminho) um Natal que nos
leva a um compromisso mais radical com a caminhada do povo e com a
‘essencialidade’ (pobreza) do seguimento de Jesus Cristo.
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