quinta-feira, 28 de julho de 2011

Palavras de nosso Pastor

Irmãos e Irmãs de caminhada
Neste ano 2011, a maior denominação evangélica do Brasil: Assembléia de Deus comemora seus 100 anos de existência. Dois suecos da Igreja Batista: Gunnar Vingren e Daniel Berg desembarcaram no final de novembro 1910 em Belém. A primeira comunidade pentecostal foi organizada aos 18 de junho 1911. “Nenhuma denominação evangélica experimentou um crescimento tão rápido e tão grande como as Assembléias de Deus.” (Ultimatum, nº 331) A Assembléia de Deus está presente em toda a Amazônia e, consequentemente em toda a nossa Diocese de Humaitá. Às vezes ela tem seu modesto templo até lá, onde não há (mais?) uma capela católica. É impressionante a difusão destas comunidades por toda a parte. Como se explica este crescimento em tão pouco tempo?
Na acima citada revista Ultimatum (nº 331) apresentam – se algumas possíveis razões:
  • “As Assembléias de Deus crescem por causa da importância dada à pessoa e à obra do Espírito Santo.”
  • As Assembléias de Deus crescem por causa do seu ardor evangelístico.
  • As Assembléias de Deus crescem por causa da oração.
  •  “As Assembléias de Deus crescem porque começaram com missionários pobres (imigrantes suecos nos EUA) e se infiltraram nas camadas mais desfavorecidas do país.” – “Seus obreiros sabem falar a linguagem dos pobres e oferecem não só a salvação para a alma, mas também esperança de cura para o corpo... As classes sociais que eles atingem têm menos resistência ao evangelho, menos satisfações a dar, menos distrações para tomar o tempo da religião... O país deve às Assembléias de Deus e a várias outras igrejas evangélicas a diminuição do analfabetismo e a recuperação de marginais”.
È preciso refletir, e – quem sabe – mudar de postura diante de milhões de cristãos batizados em nome da Santíssima Trindade, de fé em Jesus Cristo, de oração e amor à Bíblia, de espírito de comunhão e entre - ajuda. É preciso agradecer por todo o bem que se vem fazendo por parte dos ‘assembleianos’ para arrancar pessoas do desespero e da dependência, de uma vida devassa e sem sentido, conduzindo – as para Jesus Cristo. E porque não reconhecer humildemente que, muitas vezes, membros da Igreja Católica andavam sem fé nem fervor, e encontraram no meio de uma Assembléia de Deus o ambiente de pessoas fascinadas por Jesus Cristo e sua mensagem! Vamos agradecer a Deus e aqueles membros missionários da Assembléia que procuraram servir aos que mais necessitam em nome de Deus, na humildade e sem fanatismo!
A expansão da Assembléia de Deus, no entanto, desafia nossa sincera reflexão: Qual é a importância que damos à ação do Espírito Santo? Encontra-se em nosso meio este ardor evangelizador que contagia? Nossa vida de oração é intensa – seja em comunhão com os outros, seja ‘entre as paredes de nosso quarto’? (Cf. Mt 6,6) Sabemos nos fazer presentes no meio dos mais pobres e despertá-los para seu potencial evangelizador? Nosso linguajar é compreensível e toca fundo? Porque nossas comunidades não conseguem sustentar (financeiramente) um leigo – pastor que se coloca totalmente a serviço da Palavra e da Caridade?
É sinal de sensatez reconhecer o bem que se faz e os valores que defendemos juntos (na moral sexual a Assembléia de Deus se aproxima muito da Igreja Católica). É ainda sinal de sensatez trabalhar junto quando estão em jogo a dignidade da pessoa humana, a Justiça social e a preservação da natureza... – Do outro lado, não abriremos mão de nosso carinho com a Mãe de Jesus Cristo, de nossa veneração pelos homens e mulheres que viveram de forma extraordinária o seguimento de Jesus Cristo, da alegre celebração dos Santos Mistérios. Nunca desprezaremos o tesouro espiritual de 2000 anos de história de fé. Valorizaremos, sim, as inúmeras experiências de Deus, as mensagens do Alto, as profundas reflexões teológicas – só possíveis graças à ação do Espírito Santo.... Não poderemos relegar para um segundo plano nosso compromisso com a transformação da sociedade e o advento do Reino de Deus.... 
Contudo, a busca de mais comunhão entre nós deve ser acompanhada pela cautela com ‘o fermento estragado’ da política, com o vício das fofocas, o ciúme dos que querem reinar em vez de servir, com a desconfiança dos que vêem em tudo manobras para dominar ora a Igreja Católica, ora a Assembléia de Deus. – Seria uma grande graça neste Ano Jubilar da Diocese de Humaitá se pudéssemos retomar o diálogo, a estima e a cooperação em tudo que for útil para uma sociedade de cristãos.


Dom Francisco Merkel

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