sexta-feira, 11 de março de 2011

PALAVRAS DE NOSSO PASTOR

Irmãos e Irmãs
a caminho
A CF 2011 com o tema: Fraternidade e a Vida no Planeta  iniciou no dia 09 deste mês. Ela define como seu objetivo: Contribuir para a conscientização das comunidades cristãs e pessoas de boa vontade sobre a gravidade e aquecimento global e das mudanças climáticas e motivá-las a participar dos debates e ações que visam enfrentar o problema e preservar as condições de vida no planeta.”.

Reagindo de forma espontânea poderíamos dizer que este tema é mais para os cientistas, os políticos e as indústrias que poluem água, terra e ar. Mas esta reação acaba sendo uma desculpa de quem não quer ver, nem pensar nem fazer o que está ao seu alcance. Sem dúvida, a responsabilidade é diferente de um para o outro. Mas cada um deve ver, julgar, agir. O que acontece deve ser assunto das aulas do ensino fundamental e das universidades, das sessões das Câmaras dos Vereadores e do plano de governo dos prefeitos, governadores e da presidente da República, dos que planejam instalar fabricas e estabelecimentos comerciais, dos que fabricam carros e dos motociclistas...

Mas não basta discutir este tema que enfoca a vida ameaçada no nosso planeta. É preciso planejar políticas e ações concretas ao alcance de todos. É muito comum ouvir os ‘grandes e importantes’ dizer que ‘lá nos Estados Unidos e na Europa poluem a atmosfera e aqui temos que pagar o prejuízo’. Os mesmos argumentam assim para dizer: O que aqueles fizeram e fazem, nós também podemos. Como se os erros dos outros justificassem os nossos! Levando esta argumentação ao absurdo, também poderíamos dizer: Já que outros paises destruíram sua natureza, nós também temos o direito de fazê-lo. E mais, estas pessoas se esquecem de que moramos na mesma ‘casa’ = oikos (ecologia). O incêndio num apartamento ameaça todos os apartamentos...

Bem, trazendo a temática para nossa realidade de Humaitá, Manicoré e Apuí. Vamos ver alguns exemplos:
  • Qual cidade conta com uma rede de esgoto e um sistema de recuperação da água usada? * Qual é a situação do nosso lixo, da coleta, da seleção, da reciclagem? * Como as famílias zelam pelos quintais e pelo entorno de suas casas? * Porque muitos estabelecimentos comerciais não preparam de forma adequada seu lixo reciclável para facilitar o trabalho dos nossos garis? * Porque não se encontram lixeiros espalhados pelas praças e ruas da cidade...? Porque os gestores das escolas (e professores) não têm pulso para zelar pelo entorno de suas escolas?
  • Ou outros questionamentos: Porque a administração pública faz vistas grossas quando cidadãos constroem casas no barranco do rio Madeira ou nas terras do DNIT, no meio da cidade? Porque não vale mais a sinalização do trânsito?  Porque não se criam calçadas para os pedestres andarem com certa segurança? Porque carros de som (e motociclistas sem noção de responsabilidade) têm plena liberdade de abrir seu som sem o mínimo respeito com os moradores?
  • Ou: Porque na localidade do Km 180 podem se manter 33 serrarias em funcionamento? Porque a retirada de areia do Rio Madeira não segue nenhum ordenamento? Porque pequenos moradores ribeirinhos sofrem todo tipo de vexame e perseguição por parte de outros que reivindicam estas mesmas terras também sem documentação e sem precisar delas?
  • Porque nenhuma cidade tem sua água analisada e tratada? Porque a firma que iniciou as obras de contenção do barranco ‘recebeu o direito’ de destruir uma boa parte do sistema viário de nossa cidade? Porque os engenheiros que vem de fora não valorizam as experiências dos filhos e das filhas desta terra – antes de começar uma obra (como a ponte de atracação) que consome muito dinheiro extorquido do povo?
Muitos questionamentos – duramente formulados não para ofender, mas para provocar um debate bem concreto a partir da CF que deixou de ser uma campanha da Igreja Católica para ser um desafio nacional. Alguém pode discordar, mas não pode simplesmente ‘tirar o corpo fora’ dizendo: Não me interessa! - Para nós, membros de uma Igreja que convoca todos os anos para a celebração da Quaresma, há uma obrigação de evitar a atitude daquele que (conforme o evangelho) diz: “Sim, sim, Senhor!”, mas deixa de fazer a vontade do Pai. Pois este quer que todos tenham vida e vida em abundância!                                                                                 + Francisco Merkel

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