Irmãos e
Irmãs,
+ Dom
Francisco Merkel, CSSp. Bispo de Diocese de Humaitá-AM
Certamente
desejamos, nestes dias, muitas vezes: Feliz Páscoa! Nas Igrejas Ortodoxas, os
fiéis afirmam uns aos outros: Cristo ressuscitou! - Sim, Ele
ressuscitou verdadeiramente! E segue o abraço ou o beijo da pessoa feliz com
este acontecimento, feliz em poder transmitir o que é mais importante na vida:
Saber que poderemos viver sempre e imensamente mais realizados do que agora.
Realmente, a Ressurreição do Cristo
precisa da afirmação e da profissão de fé para transformar a nós mesmos e para convencer
outras pessoas. O ‘estalo silencioso’ do início de um novo universo se propagou
no estalo silencioso de discípulos convertidos: O Senhor está realmente vivo.
Mais: Ele é O Vivente! (Escrevo assim para aludir ao ‘estalo’, do universo ou o
que os cientistas chamam de Big Bang)
Ora a Ressurreição de Jesus aconteceu de forma silenciosa, despercebida. As
consequências, porém, foram visíveis. As conversões dos discípulos também se
deram no silêncio de seus corações e de suas consciências, invisíveis, mas
visíveis em suas consequências.
Não há como duvidar, a partir da
Páscoa os discípulos não eram mais os mesmos. Eram e não eram. Como? Iniciou-se
um processo de transformação e evolução. São Paulo expressa o acontecido na
vida dos que acolheram a Boa Nova assim: “Ele
(Deus Pai) nos ressuscitou com Cristo e com ele nos fez sentar nos céus em
virtude de nossa união com Cristo Jesus”. (Ef 2, 4) Em Col 3, 1 ele fala: “Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos
por alcançar as coisas do alto..., aspirai às coisas celestes... Vossa vida
está escondida, com Cristo, em Deus”. E ainda na carta aos Romanos: ”Pelo batismo na sua morte [de Jesus], fomos
sepultados com ele, para que... nós levemos uma vida nova.” (Rm 6, 4)
O Novo Céu e a Nova Terra (ou seja,
outro universo) de que já falam textos messiânicos (no Antigo Testamento) e o
Apocalipse (no Novo Testamente) já começaram - na Ressurreição de Jesus Cristo.
E envolvem os fiéis convertidos e batizados. É o próprio o Senhor que nos
convence de que está vivo. Como no dia da Páscoa quando o Ressuscitado
convenceu os discípulos de que Ele estava vivo, embora rompendo toda a
conhecida materialidade. - Na autêntica conversão damos fé a Sua voz assim como
Madalena se deu por convencida quando ouviu a voz do seu querido Mestre. (Cf.
Jo 20, 16)
Seja a liturgia comunitária, seja a
oração (enquanto diálogo com o Ressuscitado) e a meditação individual são
indispensáveis no processo da “pascoalização” de nossa vida, ou seja, daquela
experiência que transforma nossa vida. Ao se manifestar aos ‘irmãos’, Jesus
assegura que o destino dos discípulos está inseparavelmente ligado ao seu. -
Evidentemente, faz parte desta ‘nova configuração’ ‘andar por toda a parte,
fazendo o bem e curando a todos que estavam dominados pelo demônio’ (Cf. At 10
38)
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