sábado, 3 de dezembro de 2011

PALAVRAS DE NOSSO PASTOR

Irmãos e Irmãs de caminhada
 O Advento celebra a dimensão da Esperança na vida do Povo de Deus, da própria humanidade e de cada Cristão. Nestas semanas que antecedem ao Natal de N. Sr. Jesus Cristo retomamos principalmente textos do Profeta Isaias que falam na vinda do Ungido de Deus. Esta vinda diz respeito não apenas ao povo de Deus, mas a todos os povos da terra. Deus, através de seus profetas, convida a ter Esperança numa nova era na história dos povos. Esta nova era é caracterizada pela Paz e pela Justiça. Desponta no horizonte dos textos a eternidade, ou seja, a plenitude da historia humana. Ora, sabemos por experiência que até os planos de Deus envolvem a plena participação das pessoas. Exemplo: Deus não realiza seu plano de paz sem a cooperação das pessoas – que deitem ou destruam suas armas; que busquem a paz pelos meios diplomáticos, pela promoção de relações internacionais etc. Conhecer o plano de Deus e se engajar na sua realização – eis o duplo desafio. Feitos à imagem de Deus, somos colaboradores natos de Deus – ou então adversários, se pervertermos nossa relação com Deus. Terminamos mais um ano de caminhada. Diante do presépio podemos nos perguntar - com muita humildade - se demos nossa contribuição para que Deus pudesse realizar seu plano de amor na e com nossa Diocese. Certamente, somos uma Diocese pequena com poucos Padres, Diáconos, Religiosas... Mas temos um ‘exercito’ de leigos – jovens e adultos, homens e mulheres, que poderiam se lançar ainda mais, de corpo e alma, ao trabalho de transformação da sociedade, de nossas famílias, de nossas comunidades eclesiais. Que não haja dúvidas, muitas pessoas simples fazem muitas coisas simples em prol de outras pessoas e, desta forma, humanizam muitos ambientes. Que não haja dúvidas que o trabalho de nossas paróquias pela catequese e formação dos cristãos, pela celebração dos sacramentos e pelas numerosas pastorais orienta e sustenta uma boa parte dos fiéis em sua caminhada. Que não haja dúvidas que agradecemos a Deus e aos líderes dos diversos movimentos e serviços pelo que realizam em prol das pessoas. E mesmo assim, ouso afirmar que os ‘bons’ poderiam ter trabalhado mais em comunhão, com paciência e disposição para se aperfeiçoar. Expressando meus sentimentos (certamente diferentes dos de outras pessoas): Caiu o clima de diálogo franco e fraterno entre as lideranças leigas e os ministros ordenados. A comunhão é palavra – chave de nossa ação pastoral, mas há muito individualismo e obstinação em fazer o que passa pela cabeça em vez de consultar as Diretrizes Gerais da Diocese e da Igreja no Brasil. Às vezes os Padres e o próprio Bispo são classificados como ajudantes de celebrações e nada mais. Outras vezes parece que o Padre possa centralizar o poder e o dinheiro em suas mãos. As orientações para a formação das lideranças e dos fiéis em geral são substituídas por outros textos e outras instâncias. A Diocese parece mais o espaço onde os grupos atuam e não como um corpo que dá unidade a todos os movimentos e todas as pastorais. Além de tudo isso desconfio que muitas pessoas tenham uma visão de Igreja diferente daquilo que a Igreja diz de si mesma. Ora, Jesus Cristo criou sua Igreja e por isso não podemos declarar: Façamos a Igreja à nossa imagem e semelhança! É urgente conhecer nossa Igreja e não se deter apenas numa leitura superficial da Sagrada Escritura. E finalizando: A Evangelização deve gerar alegria pelo dom da fé, entusiasmo pelo plano de Jesus Cristo e segurança diante do mundo que tem uma escala de valores bem diferentes de Deus. Fazendo-se pequeno em Belém, trabalhador em Nazaré, sofredor em Jerusalém – mostrou o caminho como colaborar para que o sonho de Deus e nosso se realizem plenamente. Feliz Natal!
 + Francisco Merkel

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