sábado, 30 de abril de 2011

PALAVRAS DE NOSSO PASTOR

Irmãos e Irmãs de caminhada

            No dia 08 de maio celebraremos o Dia das Mães. Explica o escritor Mario Basacchi em seu livro “Origem das datas comemorativas” (Paulinas): “A comemoração do Dia das Mães ocorreu pela primeira vez nos Estados Unidos, em 1864, por iniciativa de Anna Jarvis. Era uma filha muito amorosa, professora culta, dedicada e eficiente; mulher de visão, espírito combativo e idealista.” Com a perda dos pais, Anna sofreu muito. “Foi no segundo domingo do mês de maio de 1907 que se realizou a primeira celebração do Dia das Mães, em uma reunião privada, em homenagem à mãe de Anna Jarvis... E, em pouco tempo, espalhou-se pelo mundo inteiro.”

            O escritor continua: ”A festa das mães nos traz à lembrança todas as mulheres e mães do mundo, aquelas que foram as que ainda vivem conosco e as que virão no futuro.” E ainda: “Ao homenagear as mulheres que por seu amor e por sua doação perpetuam o milagre da criação, queremos homenagear antes de tudo Maria, mãe de Jesus e de nós, pois nela foram redimidas e dignificadas todas as mulheres do mundo.” 

            Lembro-me da maneira como nosso povo no Alto Juruá celebrava o Dia das Mães. Era a festa que ganhava de todas as outras festas do ano litúrgico. E a igreja bem enfeitada era o espaço ‘ideal’ para celebrar esta vocação com orações, homenagens, poesias, cantos. Após a Missa, no salão da comunidade aguardavam bacias cheias de bolo de macaxeira pelas mães. Estas não deixavam de levar o que podiam para distribuir em casa entre os filhos e netos. Mãe já não pode pensar somente em si, pensa nos filhos. O compromisso com a vida e a felicidade dos filhos é a vocação da mãe.

            Ora, se é verdade que ser mãe é uma vocação, convém fazer algumas interrogações: Todas as mulheres têm esta vocação? Como descobrir e desenvolver esta vocação? E ainda: Uma mãe pode perder esta vocação? Olhando somente o físico, a imensa maioria das mulheres tem condições para ser mãe. No entanto, uma mulher é bem mais do que uma fêmea com capacidade de ter filhotes. Para nós cristãos, a mulher reflete (como e junto com o homem) algo da essência de Deus: Gerar vida, desenvolver as potencialidades de um ser, criar comunhão, expressar amor. Diante desta afirmação só podemos dizer que uma mulher para ser uma digna mãe deve ter consciência de sua vocação, querer vivê-la na liberdade e na maturidade. O amor de mãe não é algo tão natural, inato que qualquer mulher o tem, mas é fruto e expressão de quem cresceu no amor ‘oblativo’. Um amor que mais procura amar do que ser amado, um amor que aceita frustrações e decepções, o sofrimento e ‘a paixão’ por causa do outro. Um amor que educa com sabedoria para a vida em dignidade e em comunhão com outros cidadãos. E – para mim – não há dúvida de que uma mãe pode perder sua sublime e exigente vocação: Quando gera e cria os filhos para ela, quando os abandona como estorvo na realização de interesses egoístas ou quando carece dos princípios mais rudimentares da pedagogia. Será que ela – nestas alturas – não perde até o direito de ter filhos?
            Certamente, o Dia das Mães não deve problematizar uma vocação tão bonita, ‘divina’. Mas seria uma atitude pouco inteligente não perceber um despreparo de muitas jovens para esta missão tão fundamental para nossa sociedade. Do outro lado, esta sociedade deve ser examinada se ela vem ajudando ou atrapalhando as jovens na descoberta e no desenvolvimento de sua vocação maior: Amar para que alguém tenha vida ‘em abundância’. Uma sociedade que desestimula ou desvia a jovem desta vocação, já não tem mais futuro ou um futuro bem sombrio.
D. Francisco Merkel

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